domingo, 27 de abril de 2014







Um hálito me sopra o silêncio de um sonho, quando de metal a lua fere a baía e ilumina o coração dos vencidos, com suas mãos de barro e seus olhos de bronze. Nesta carcaça ao relento também me perco a te procurar e me assusta nada ser de tudo que há. O vento levanta o mar em transe, os sinos dobram por tua sina, as árvores s’ estralam, uiva um cão no peito e o mais belo crime me chama da solidão.


Jason de Lima e Silva

terça-feira, 8 de abril de 2014



Cuidado, o céu cede na envergadura das torres, e ninguém quer ser esmagado pela sombra de seus delírios. Coragem! Quando o calor te desperta, já pressentes o labor a ter simplesmente existir. A agulha da consciência costura teu corpo a cada fracasso. E quem não fracassa! E para que consciência! E assim, de ombro a ombro, vais-te a bater contra a multidão para te sentires vivo, até perderes o mais precioso dos bens: a palpitação do infinito, que em teu peito recorda o ser a vida absurdo.

Jason de Lima e Silva