Arnold Böcklin, O silêncio da floresta, 1885 |
Há horas em que o mundo se cala
O céu se expande
E não pensamos nos mortos da cidade
Nem nos vivos que nos afligem
Não é uma hora gratuita
Tudo andou a seu tempo
Como se não tivéssemos pressa
De nos encontrarmos ali
Com as pernas esticadas
Há um róseo cinzento que doura
A melodia desta hora
O ritmo cardíaco de uma gota
No telhado da varanda
Atordoa e consola
Muito pássaro como de hábito
E aquele sopro úmido
Da chuva que passou
Nada é em vão
Mas supor algum sentido
É destruir a beleza de cada coisa
Jason de Lima e Silva
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